2 de jul. de 2012

O Estigma Mitológico Apologético da criminalidade bem sucedida. (Parte III)

INTELIGÊNCIA NA SEGURANÇA
Além de ser um complexo de problemas (econômico, social, místico, religioso, administrativo, tecnológico, operacional...), a segurança também é um paradoxo moral: como pode um jovem “desqualificado” ter tanta dificuldade para conseguir um empreguinho nas "inatingíveis" organizações e, ao mesmo tempo, ter tanta facilidade para roubar estas mesmas organizações?

Além da vantagem econômica obtida ilegalmente, esse previsível crime faz uma prova perversa da "inteligência" desse jovem criminoso. Pior: prova a falta de inteligência da organização, da sociedade, do Estado e do próprio sistema econômico...

Enquanto os marginais estão desmistificando (e roubando) as organizações (dentre elas os condomínios e as igrejas), as organizações estão percorrendo o caminho inverso. Os gestores estão recuando; regredindo diante dos paradoxos morais devido aos parâmetros ecônomicos.

Sem romper algumas regras do pensamento econômico, fica difícil criar coragem e implantar estratégias e políticas de segurança necessárias, sem infringir a lei. Aliás, muitos preferem infringir a lei que sair dos parâmetros do sistema econômico (lucros e vantagens)...

Diferente do fracasso, o sucesso da segurança é invisível, já que as ações criminosas, quando evitadas, ninguém percebe. Entretanto, é conveniente (?) que fique assim, pois, de acordo com as regras do sistema econômico, a maior visibilidade do sucesso da segurança privada tornaria o serviço mais caro, e afastaria ainda mais a segurança das organizações econômicas, focadas apenas no lucro...

Na verdade, esse preço acaba sendo regulado mais pela inércia dos gestores (em demanda negativa) que pela "saudável concorrência". Isto é outra incoerência do sistema econômico: neste setor (segurança) não deveria existir concorrência, mas sinergia entre gestores, colaboradores, usuários, Estado e sociedade...

Particularmente, penso que a segurança deveria ser monopólio exclusivo do Estado, e não deveria ser jamais privatizada. Contudo, haja vista a qualidade da administração pública, dos eleitores e dos políticos eleitos, onde tudo é corrompido por esse sistema econômico...

Na segurança Privada, mesmo que os objetivos estratégicos estejam sendo plenamente alcançados na organização, ninguém vê. Por isso, muitos colaboradores acham que a segurança é uma luta inglória - o que nos traz de volta ao estigma mitológico apologético da criminalidade bem sucedida...

Assim, fica escondido o sucesso da estratégia de segurança, havendo ainda quem diga que o dinheiro foi gasto à toa, vez que não houve crime... Porém, quando as ações criminosas são bem sucedidas, e visíveis, elas revelam imediatamente o fracasso da gestão de segurança, exigindo muitas explicações dos gestores, de quem se pretende cobrar os prejuízos... Coisas do capitalismo.

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