2 de set. de 2022

Brasil tem mais de 600 mil seguranças privados atuando sem controle da PF.

 Em São Paulo, um garoto de 17 anos foi amordaçado, despido e chicoteado após ser surpreendido tentando furtar chocolate. Em Salvador, tio e sobrinho foram mortos após serem flagrados furtando carne. Em Porto Alegre, um homem de 40 anos foi espancado até a morte após discutir com funcionários.

Todas essas pessoas foram vítimas de um exército clandestino formado por seguranças irregulares que atuam sem um controle efetivo da Polícia Federal. Esse contingente é estimado em cerca de 600 mil homens e mulheres, segundo os dados mais recentes do Fórum Brasileiro de Segurança Pública.

Somando essa segurança clandestina com os vigilantes registrados regularmente —496 mil profissionais —, esse exército privado chega a 1,1 milhão de pessoas. O número é superior à soma de todos os integrantes das forças de segurança do país, atualmente estimada em 772 mil pessoas.

Especialistas ouvidos pela Folha são unânimes em dizer que o crescimento desse mercado irregular ocorre porque, entre outros motivos, a legislação que regulamenta o setor, publicada há quase 40 anos (Lei 7.102/1983), está desatualizada e favorece quem atua de maneira irregular.

A norma atual não prevê, por exemplo, mecanismos para que a Polícia Federal possa punir empresas irregulares. Uma pessoa jurídica flagrada atuando de maneira clandestina pode, no máximo, ser fechada pelos policiais, mas não é multada e os responsáveis não respondem a crime.

"A PF não tem nenhum instrumento para multar. O que a PF faz, basicamente, é recolher os uniformes e equipamentos, tudo que estiver vinculado à prestação de serviço. É isso que a PF faz. A pessoa vai ficar com o nome registrado na base da PF, e, se ela quiser regularizar a empresa, vai ter algum problema", afirma Cleber Lopes, pesquisador do Fórum e especialista em segurança privada.

Professor do departamento de ciências sociais da Universidade Estadual de Londrina e coordenador do LEGS (Laboratório de Estudos sobre Governança da Segurança), Lopes foi responsável pela análise dos dados do Fórum e conseguiu chegar aos 600 mil seguranças irregulares cruzando informações da Pnad Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua) e da Polícia Federal.

Como as declarações à Pnad são feitas de forma espontânea, durante visitas em domicílios, ele calcula que o tamanho desse setor clandestino pode ser ainda maior. Isso porque foi baixa a quantidade de policiais que admitiram fazer bicos de segurança (cerca de 0,5%).

A taxa é considerada irreal pelos especialistas porque muitos policiais, em especial PMs, participam de atividades de segurança privada nos horários de folga. Os dados não são considerados confiáveis.

De acordo com André Zanetic, doutor em ciência política e especialista em dados e estatística do Programa Fazendo Justiça, as empresas irregulares costumam recrutar policiais da ativa e, também, pessoas sem qualificação para esse trabalho.

"Vigilantes demitidos de empresas regulares, pessoas que foram reprovadas em exames da Academia de Polícia, agentes que foram expulsos de órgãos de segurança pública, e mesmo pessoas desempregadas, sem qualificação para atuar no setor", afirmou ele.

Zanetic diz, ainda, que a situação coloca em risco as pessoas que frequentam os estabelecimentos nos quais atuam esses seguranças clandestinos. "Porque é comum ações com uso extremado da força, inclusive com ocorrências de homicídios causadas por despreparo de agentes no uso de armas de fogo, entre outras ocorrências que poderiam ser evitadas".

Uma das principais diferenças entre a segurança regular e a irregular é a triagem dos profissionais: os vigilantes oficiais recebem treinamento, passam por exames clínicos e não podem ter antecedentes criminais ou serem alvo de inquéritos, sob o risco de serem demitidos.

"Dos clandestinos, não temos a menor noção de onde eles vêm. Nesse universo clandestino, como a Polícia Federal não regula, não controla, a gente não faz ideia de como eles se relacionam com uma zona cinzenta, que é o envolvimento com o crime organizado", diz Lopes.


Parte dos seguranças irregulares atua de forma totalmente informal. Há também casos de empresas formais que oferecem prestação de serviço de segurança, mas que, oficialmente, estão inscritas na junta comercial com outro propósito —serviço de limpeza, por exemplo—, o que também é irregular.

As empresas de segurança e os funcionários precisam estar inscritos na Polícia Federal, incluindo as equipes próprias de estabelecimentos comerciais, a chamada vigilância orgânica.

No caso da morte de João Alberto Silveira Freitas, 40, espancado em um Carrefour de Porto Alegre, em 2020, a empresa de segurança estava registrada regularmente, mas os seguranças que participaram das agressões, não estavam, segundo a Fenavist (Federação Nacional das Empresas de Segurança e Transporte de Valores). Um deles seria policial e, o outro, estava com documentação vencida.

"Eles [clandestinos] estão trabalhando em quase todos os lugares. Menos, talvez, no serviço público. Menos, não quer dizer que não tenha. No comércio é uma praga. Aí, estamos falando de tudo. Das grandes redes de supermercado ao comercinho de rua. Você passa lá e está o coletinho de apoio", disse José Boaventura Santos, presidente da CNTV (Confederação Nacional dos Vigilantes e Prestadores de Serviço).

Nas redes de supermercado, explica ele, é comum a contratação de parte de vigilantes regulares para alguns postos, mas, a maior parte da segurança ser feita por profissionais irregulares. "A proporção é, mais ou menos, 20% de vigilância legal, e 80% vigilância clandestina, ou irregular, nessas redes de supermercado", afirmou o sindicalista.

Para a Fenavist, os números do Fórum, sobre a quantidade de trabalhadores clandestinos, são até conservadores porque, conforme estudos feitos, esse grupo de clandestino já supera 1 milhão de pessoas e está crescendo, ao contrário do que ocorre com o setor formal.

De acordo com o vice-presidente jurídico da federação, Jacymar Daffini Dalcamini, o mercado de segurança privada movimenta cerca de R$ 36 bilhões ao ano. Ele estima que o mercado irregular tenha cifras semelhantes. Ainda segundo ele, a concorrência desleal coloca em risco o funcionamento de empresas que seguem a lei.

Fonte: Segurança Estratégica.

7 de set. de 2015

Uma Rede Social que aproxima vizinhos e reforça a segurança.

Os celulares, as tecnologias de telecomunicações e as redes sociais, como FACEBOOK, WHATSAPP, trouxeram uma mudança no comportamento das pessoas - que deixaram de ser PASSIVAS diante dos fatos e se tornaram mais ATIVASPensando coletivamente, os indivíduos são mais interativos nos seus grupos e comunidades...

Com essas novas tecnologias, já se pode vigiar atos irresponsáveis ou suspeitos, coibindo os criminosos. Com esse novo comportamento, as pessoas já podem interceder nos fatos, compartilhando fotos, imagens e comentários - algo impossível a menos de 10 anos atrás...

Ultrapassamos a ideia do indivíduo sozinho chamar a polícia telefonando para 190. Assim, nas questões que afetam a todos, como a segurança, com apenas um clique as pessoas já podem alertar toda a comunidade e fazer denúncias consistentes à Polícia baseadas em imagens

As autoridades legais também estarão online 24H, prestando apoio ou pronta resposta aos eventos alarmados. Com essa tecnologia e comportamento social ativo, o resultado na segurança coletiva é esse: 
assista o vídeo...

De fato, a participação ativa das pessoas (em rede de sinergia) sempre trouxe excelentes resultados na segurança (pública e privada). Por isso, a Rede ELETROGUARD sempre estimulou (e estimula) a Cultura da Segurança por meio deste blog...

A comunidade unida (e munida de provas) aumenta seu poder de persuasão diante das polícias - o que torna efetiva a parceria público-privada pela segurança, com um custo individual muito menor...

As novas tecnologias e o novo comportamento (interativo) possibilitaram o modelo de economia compartilhada. Para trazer essa inovação tecnológica para a região dos Lagos, no Rio de Janeiro, a Rede ELETROGUARD fechou um contrato de colaboração técnica

Neste novo modelo de negócio, câmeras coletivas da Rede ELETROGUARD são instaladas nas ruas para serem compartilhadas por indivíduos numa rede social de segurança comunitária: a plataforma de zeladoria interativa.

Assim, se compartilham negócios complementares na mesma idéia, através de uma plataforma que promove a interação das pessoas do mesmo grupo (vizinhos), das polícias e guardas municipais. 

Essa parceria exclusiva resulta numa ferramenta de baixo custo individual para participação ativa de cidadãos e autoridades, formando um sistema que cria vínculos diretos entre todos os envolvidos e responsáveis pela segurança...

Enfim, esta nova tecnologia possibilita que grupos unidos atuem em rede social em prol da segurançainteragindo e exigindo o dever do Estado na segurança, que é direito e responsabilidade de todos.

Sem sair de casa, mães podem acompanhar o trajeto de seus filhos a caminho da escola, o despejo e a coleta de lixo no bairro, ações de furtos e possível consumo de drogas. Pais podem fazer e receber alertas, além de ver tudo por celular...

Tudo isso resulta na melhoria da segurança e qualidade de variados serviços públicos e privados no local, que extrapolam a questão da segurança...

Eis uma poderosa ferramenta para observar, vigiar, compartilhar, interagir, interceder, colaborar e cobrar ação imediata das autoridades, apontando crimes em tempo real como disponibilizando indícios e provas, com todas as imagens gravadas...

O resultado é visível. Vai além da segurança obtida nas ruas, nos bairros, nas cidades, na residência privada de cada um. Esta experiência está sendo muito bem sucedida em diversas cidades do Brasil e dos EUA, proporcionando melhor resposta das polícias, com uma drástica diminuição de ações criminosas no local.

Tudo com o menor custo possível. Tecnologia colaborativa é isso...


Para maiores informações, ligue: (22) 9-9978-7788 (WhatsApp).

24 de mai. de 2015

A PLUTOCRACIA ENFRENTA PROBLEMAS DE SEGURANÇA

Finalmente, surge o ‘Novo Capitalismo’ - ou capitalismo de inclusão - que pode atender ao Socialismo e resolver problemas de segurança na sua origem.



Plutocratas americanos e zilionários reconhecem que o velho capitalismo é um sistema econômico entrópico, que tende a estagnação com a desigualdade social, com a concentração de renda, que provoca queda no consumo e colapso no sistema, que trará violência social e insurreição contra a própria plutocracia...

O velho capitalismo tem sido uma ‘boa tecnologia’ econômica para gerar soluções para os problemas humanos, mas uma péssima forma de distribuir renda e prosperidade na sociedade. Portanto, o capitalismo neoliberal, se for liberado geral, pode trazer de volta o neofeudalismo, recriando a França da idade média, a revolução e os forcados...

Diante desse problema, os plutocratas (capitalistas ‘sem culpa’ que adotaram a sinceridade no lugar do cinismo) reconheceram que é preciso injetar sinergia no sistema para que ele não entre em colapso. E reconhecem que isso não seria uma medida caridosa ou benevolente, mas uma medida inteligente e necessária para a estabilidade econômica e social e sobrevivência do próprio sistema...

Portanto, distribuir renda, aumentar as bases salariais, são formas de fortalecer as classes baixas e médias para manter o consumo, sem o qual o sistema para de funcionar e entra em colapso...

Tudo isso, dito pelos próprios milionários americanos, talvez possa convencer a nossa classe média vira-lata, adepta da meritocracia (em razão disso, cheia de ódio e ressentimentos, descrente dos brasileiros, que crê só nos americanos) de que também é preciso incluir os pobres na sociedade de consumo...


Talvez, esses americanos possam convencer nossas elites econômicas, que praticam o velho capitalismo (apenas na visão de lucro máximo e custo mínimo...), medíocre e insustentável, que tende ao caos...

Talvez, essas notórias personalidades americanas (capitalistas milionários) possam convencer aos tucanos que, tentar implementar novamente aquela política econômica que quebrou o Brasil três vezes, vai quebrar o Brasil de novo...

Talvez, esses notáveis plutocratas possam convencer os brasileiros, incrédulos e de baixa auto-estima, de que a política de distribuição de renda do Lula e da Dilma está corretíssima...

Talvez, ainda, essa visão possa criar um entendimento pacífico nas esquerdas divididas, de que esse sistema econômico tanto pode ser chamado de Novo Socialismo ou Novo Capitalismo, como queiram...

No final das contas, esses plutocratas, ricos e milionários, entenderam que é preciso fazer alguma coisa a começar, talvez, por pagar melhores salários àqueles que cuidam da sua segurança...

17 de jul. de 2014

Sustentabilidade e segurança com geração de energia limpa no imóvel.



Há muito tempo que os sistemas de vigilância eletrônica mantém reservas de energia para manter seu funcionamento durante um apagão ou sabotagem na rede elétrica. Baterias e nobreaks garantem horas de funcionamento dos sistemas, até que se restabeleça o fornecimento normal de energia. Mas isso não torna os sistemas de segurança autossustentáveis...

Proteger imóveis em lugares remotos, onde não havia fornecimento de energia elétrica, tornava-se caro e complicado. Geralmente, dependia-se de geradores a gasolina ou diesel, que necessitam  queimar um combustível caro. Mesmo com boa manutenção, esses geradores acabavam poluindo o ambiente com barulho e fumaça...

Com as novas tecnologias de geração de energia solar e eólica, a sustentabilidade chegou aos imóveis e aos sistemas de vigilância eletrônica...


Saiba mais em http://eletroguardenergia.blogspot.com.br/

17 de nov. de 2013

A MERITOCRACIA E SEUS EFEITOS NA SEGURANÇA PÚBLICA E PRIVADA.

A grosso modo, a meritocracia seria um método que consiste na atribuição de recompensa aos indivíduos que, supostamente, tiveram méritos para recebê-la. Um modo de seleção 'natural' que lembraria o evolucionismo de Darwin, em que só sobrevivem os melhores da espécie (humana)...



Nesta sistemática, se pretende avaliar os méritos pessoais daqueles que participam da produção no sistema econômico capitalista - cujo propósito é o lucro. Uma ideologia que se apresenta como uma 'gestão técnica' para medir os méritos individuais e dozar as recompensas que, na verdade, só mede o desempenho diante do mercado - que é uma entidade aética, que não reconhece valores morais, sociais, ecológicos... Ora, se o mercado não reconhece, não há lucro, e a meritocracia não paga.

Segundo os estudos de sociólogos, como o Prof. , a meritocracia não pode ter uma medida exata. Necessária na gestão privada, pode ser um pouco mais justa quando aplicada nas empresas, em 'stricto sensu'. Porém, suas distorsões aumentam muito quando utilizada como fundamento na gestão pública, em políticas públicas de 'lato sensu'.

A meritocracia pode dar fim a certos privilégios em 'stricto sensu', nas gestões das empresas privadas, mas também pode gerar muitos privilégios em 'lato sensu', nas políticas de governos, se transformando num fundamento de ordem social dos mais reacionários, injustos e cruéis...

Portanto, cheguei a conclusão de que a meritocracia foi adaptada ao sistema capitalista como sendo a forma mais prática, e aparentemente justa, de medir e recompensar a participação individual na produção. Um método desenvolvido e utilizado por avaliadores que foi aceito por avaliados.

Porém, infelizmente, a meritocracia tornou-se uma ideologia totalitária, arraigada na Classe Média brasileira. Levada ao extremo pela direita neoliberal, a meritocracia se aliou a uma política de exclusão e concentração de renda, trazendo para a sociedade brasileira graves problemas, como o aumento da violência...

Os altos números da violência registrados em governos meritocráticos (neoliberais) comprovam esta tese. Mas a meritocracia totalitária tem sido ideologicamente combatida por militantes da esquerda brasileira, e suas consequências debeladas por governos socialistas com programas de inclusão social.

Não quero entrar aqui em discussões político-partidárias, mas ressaltar o fato de que, se pensarmos somente em 'soluções' para melhorar a vida privada, podemos agravar a crise de ordem pública e social, que se volta contra os interesses privados...

Ao se aplicar os conceitos da recompensa pelo mérito, é necessário fazer diferença na abordagem individualista e socialista; de 'stricto sensu' para 'latu sensu'. Do contrário, a meritocracia pode se tornar mais um instrumento de dominação, transformando pequenas soluções econômicas e sociais em grandes problemas de segurança pública e privada...

ENTENDENDO OS INTERESSES E AS IDEOLOGIAS DE CADA CLASSE SOCIAL

A meritocracia é uma ideologia que se concentra na classe média, a classe C. Por ser mais qualificada para o trabalho, a classe média é extremamente meritocrática. Por isso, quer ser reconhecida pelos seus 'meritos', buscando acesso a tecnologia e aos bens consumo.

Os ricos e milionários, ao chegarem nas classes sociais A e B, vão se tornando patrimonialistas. São a minoria, mas detém poder, dinheiro e controlam as oportunidades. Por isso, querem que o Estado garanta seus privilégios e o direito de receber e transmitir patrimônios para herdeiros - sem méritos.

Já os pobres das classes D e E são o povo, a maioria da população. Sem qualificação para o trabalho, já desistiram da meritocracia. Normalmente não possuem oportunidades, méritos ou heranças. Por isso, vão tocando a vida como camelôs e pedintes, clamando pelas políticas públicas do Estado ou pela caridade das pessoas. Quando não atendidos, muitos passam a praticar crimes...

 
Ao ouvir na letra desta música paulistana a frase 'Toda tragédia só me importa quando bate em minha porta...', resolví escrever mais essa matéria para a Cultura da Segurança, que é responsabilidade de todos.
 
O assunto é complexo e polêmico. Quem quiser se aprofundar e compreender melhor o tema, sugiro a leitura de dois excelentes textos:
e

PESQUISAS DE CONFIANÇA NA SEGURANÇA PÚBLICA E PRIVADA.

Vote e veja o resultado atual dessa interessante pesquisa marcada pela Digital verde, na faixa vertical ao lado >>>
 
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