17 de nov. de 2013

A MERITOCRACIA E SEUS EFEITOS NA SEGURANÇA PÚBLICA E PRIVADA.

A grosso modo, a meritocracia seria um método que consiste na atribuição de recompensa aos indivíduos que, supostamente, tiveram méritos para recebê-la. Um modo de seleção 'natural' que lembraria o evolucionismo de Darwin, em que só sobrevivem os melhores da espécie (humana)...



Nesta sistemática, se pretende avaliar os méritos pessoais daqueles que participam da produção no sistema econômico capitalista - cujo propósito é o lucro. Uma ideologia que se apresenta como uma 'gestão técnica' para medir os méritos individuais e dozar as recompensas que, na verdade, só mede o desempenho diante do mercado - que é uma entidade aética, que não reconhece valores morais, sociais, ecológicos... Ora, se o mercado não reconhece, não há lucro, e a meritocracia não paga.

Segundo os estudos de sociólogos, como o Prof. , a meritocracia não pode ter uma medida exata. Necessária na gestão privada, pode ser um pouco mais justa quando aplicada nas empresas, em 'stricto sensu'. Porém, suas distorsões aumentam muito quando utilizada como fundamento na gestão pública, em políticas públicas de 'lato sensu'.

A meritocracia pode dar fim a certos privilégios em 'stricto sensu', nas gestões das empresas privadas, mas também pode gerar muitos privilégios em 'lato sensu', nas políticas de governos, se transformando num fundamento de ordem social dos mais reacionários, injustos e cruéis...

Portanto, cheguei a conclusão de que a meritocracia foi adaptada ao sistema capitalista como sendo a forma mais prática, e aparentemente justa, de medir e recompensar a participação individual na produção. Um método desenvolvido e utilizado por avaliadores que foi aceito por avaliados.

Porém, infelizmente, a meritocracia tornou-se uma ideologia totalitária, arraigada na Classe Média brasileira. Levada ao extremo pela direita neoliberal, a meritocracia se aliou a uma política de exclusão e concentração de renda, trazendo para a sociedade brasileira graves problemas, como o aumento da violência...

Os altos números da violência registrados em governos meritocráticos (neoliberais) comprovam esta tese. Mas a meritocracia totalitária tem sido ideologicamente combatida por militantes da esquerda brasileira, e suas consequências debeladas por governos socialistas com programas de inclusão social.

Não quero entrar aqui em discussões político-partidárias, mas ressaltar o fato de que, se pensarmos somente em 'soluções' para melhorar a vida privada, podemos agravar a crise de ordem pública e social, que se volta contra os interesses privados...

Ao se aplicar os conceitos da recompensa pelo mérito, é necessário fazer diferença na abordagem individualista e socialista; de 'stricto sensu' para 'latu sensu'. Do contrário, a meritocracia pode se tornar mais um instrumento de dominação, transformando pequenas soluções econômicas e sociais em grandes problemas de segurança pública e privada...

ENTENDENDO OS INTERESSES E AS IDEOLOGIAS DE CADA CLASSE SOCIAL

A meritocracia é uma ideologia que se concentra na classe média, a classe C. Por ser mais qualificada para o trabalho, a classe média é extremamente meritocrática. Por isso, quer ser reconhecida pelos seus 'meritos', buscando acesso a tecnologia e aos bens consumo.

Os ricos e milionários, ao chegarem nas classes sociais A e B, vão se tornando patrimonialistas. São a minoria, mas detém poder, dinheiro e controlam as oportunidades. Por isso, querem que o Estado garanta seus privilégios e o direito de receber e transmitir patrimônios para herdeiros - sem méritos.

Já os pobres das classes D e E são o povo, a maioria da população. Sem qualificação para o trabalho, já desistiram da meritocracia. Normalmente não possuem oportunidades, méritos ou heranças. Por isso, vão tocando a vida como camelôs e pedintes, clamando pelas políticas públicas do Estado ou pela caridade das pessoas. Quando não atendidos, muitos passam a praticar crimes...

 
Ao ouvir na letra desta música paulistana a frase 'Toda tragédia só me importa quando bate em minha porta...', resolví escrever mais essa matéria para a Cultura da Segurança, que é responsabilidade de todos.
 
O assunto é complexo e polêmico. Quem quiser se aprofundar e compreender melhor o tema, sugiro a leitura de dois excelentes textos:
e

8 de out. de 2012

CUSTEAR GRUPOS ARMADOS AGORA DÁ CADEIA...



Fica o alerta para comerciantes, empresários, síndicos, moradores e donas de casa: a nova Lei 12.720/2012 tornou CRIME contra a paz pública contratar grupos clandestinos armados para prestar serviços de Segurança Privada ou de Pronta Resposta a Alarmes monitorados.

Não adiantará dizer que não sabia da lei, sancionada pela presidente Dilma em 28 de setembro de 2012, que já está em pleno vigor.

Acho desnecessário, mas para evitar problemas com a lei, algumas empresas já estão colocando cartazes como este, ao lado:

A nova lei alterou o CODIGO PENAL nos artigos 121 e 129 e ainda instituiu o artigo 288-A, que dispõe sobre os crimes de formação de quadrilhas, de grupos de extermínio e de constituição de milícias privadas.

Fiz um resumo simples da lei para que os gestores da própria segurança possam entender:


CÓDIGO PENAL


TÍTULO I - DOS CRIMES CONTRA A PESSOA


CAPÍTULO I - DOS CRIMES CONTRA A VIDA


Homicídio simples

Art. 121 - Matar alguém:

Pena - reclusão, de seis a vinte anos.


Homicídio culposo

§ 3º - Se o homicídio é culposo:

Pena - detenção, de um a três anos.


Aumento de pena

§ 6º - A pena é aumentada de 1/3 (um terço) até a metade se o crime for praticado por milícia privada, sob o pretexto de prestação de serviço de segurança, ou por grupo de extermínio.


TÍTULO IX - DOS CRIMES CONTRA A PAZ PÚBLICA


Formação de quadrilha ou bando

Art. 288 - Associarem-se mais de três pessoas, em quadrilha ou bando, para o fim de cometer crimes:

Pena - reclusão, de um a três anos. (Vide Lei 8.072, de 25.7.1990)

Parágrafo único - A pena aplica-se em dobro, se a quadrilha ou bando é armado.


Constituição de milícia privada

Art. 288-A - Constituir, organizar, integrar, manter ou custear organização paramilitar, milícia particular, grupo ou esquadrão com a finalidade de praticar qualquer dos crimes previstos neste Código.

Pena - reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos. (Incluído dada pela Lei nº 12.720, de 2012)

Fonte:

Presidência da República

Casa Civil

Subchefia para Assuntos Jurídicos

Links

http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2012/Lei/L12720.htm

http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del2848.htm

Leia também
PRONTA RESPOSTA ARMADA E CRIMINOSA
http://culturadaseguranca.blogspot.com.br/2011/01/pronta-resposta-armada-e-criminosa.html

30 de ago. de 2012

DESEJO x MEDO = RISCO x SEGURANÇA

Qual seria a motivação da SEGURANÇA?


O DESEJO é o impulso essencial que move as pessoas, que também pode ser chamado de sonho. A motivação vital básica para as pessoas produzirem esforços na direção dos objetivos desejados. Quando, neste caminho surge um fato sinistro ou uma ameaça, outro impulso vital exige esforços pela Segurança: o MEDO.

O medo não é algo desejado, visto que é um retrocesso no fluxo do desejo. É um desconforto íntimo, que produz apenas estímulos irracionais, que exigem uma ação inconsciente e premente: fugir, correr, voltar para lugar seguro. Como um gato que desejava comer uma sardinha, quando foi surpreendido por um cão feroz no caminho...

Porém, o medo é algo natural nos animais. Sem ele, não se preservaria a vida, pois, invez de fugir, o pequeno gato enfrentaria o enorme cão, e morreria...

Mas, a vida moderna também é cheia de riscos - e de medos. Sem nenhum tipo de medo também não se preservaria a vida nem o patrimônio, que foi longamente desejado e duramente conquistado.

Mas o simples medo não resolve os riscos e as questões de segurança... É o desejo de acabar com aquilo que produz o medo que motiva pessoas para a segurança - que deve ser vista como um jeito inteligente de garantir o fluxo dos desejos, dos sonhos e da liberdade para novas e variadas conquistas.

A segurança se torna um objetivo desejado quando as pessoas percebem a necessidade de controlar medos para gerir riscos  e garantir sonhos. A segurança começa quando se controla o medo, para garantir o fluxo da vida, que deve seguir seu curso do modo mais seguro e feliz possível...

A gestão de segurança deve criar soluções preventivas para zelar, vigiar e proteger pessoas e patrimônios... Então, a segurança deve sempre surgir de um ganho de capacidade, consciente, inteligente e racional - nunca do medo.

Poderíamos dizer que o desejo está para o risco como o medo está para a segurança, criando uma fórmula de equilíbrio vital:

DESEJO x MEDO = RISCO x SEGURANÇA.

25 de ago. de 2012

SECURITY COACHING: Ajuda na Autogestão da Segurança.

   

O Security Coaching visa levar pessoas do estado atual (inseguro) para o estado desejado (seguro), ajudando o gestor a tratar a segurança íntima e ambiental em conjunto, em aspecto humano e patrimonial como um todo. Parte de uma visão ampla para criar (e alcançar) objetivos pessoais específicos na segurança.

Como por exemplo, através da Autogestão podemos:
1- Melhorar segurança interior (íntima) e exterior (ambiente) para obter tranquilidade, felicidade.
2- Criar sistemas de segurança em casa para viajar ou se ausentar.
3- Criar sistemas de vigilância para controlar seu negócio, mesmo na sua ausência...

As questões de segurança pessoal e patrimonial estão interligadas, nas quais, tanto o comportamento pessoal dos gestores e dos colaboradores, como fatores externos vão afetar a segurança das pessoas e das organizações como um todo. É preciso uma gestão de segurança integral, adequando metas pessoais e objetivos empresariais aos diversos parâmetros existentes no ambiente.


A- O processo de coaching pode ajudar o gestor a tratar sua segurança pessoal (íntima), visando:

1- Aprimorar sua inteligência emocional, fazendo aflorar consciência, noção e percepção.

2- Controlar receios, medos e tecnofobias que possam prejudicar a gestão da segurança.

3- Auxiliar na identificação de riscos subjetivos e objetivos, imaginários e reais.

4- Identificar outros fatores íntimos que possam interferir na gestão da segurança.

5- Trazer resultados positivos para a vida pessoal e profissional do gestor.


B- O processo de coaching pode ajudar o gestor a tratar a segurança patrimonial (ambiente), visando:

1- Aprimorar a administração da organização, simplificando a gestão da segurança.

2- Auxiliar busca, captação e a implantação de recursos humanos e tecnológicos.

3- Desenvolver inteligência com estratégias, táticas e técnicas na gestão de segurança.

4- Conhecer recursos humanos e tecnológicos disponíveis, parâmetros econômicos e legais.

5- Utilizar recursos disponíveis, com controle total dos aparatos de segurança, dentro da lei.

A partir do Security Coaching, o gestor pode se capacitar para criar suas próprias estratégias de segurança com uma “noção integral”; obter uma visão clara do objetivo estratégico de cada item de segurança implantado, do compartilhamento da missão-atribuição de cada colaborador e das responsabilidades legais; fazer a coordenação estratégica, tática e técnica do plano de segurança orgânica. Com informação clara e compartilhada, pode criar e manter a sinergia entre gestores, stakeholders e colaboradores em parcerias multidisciplinares, reduzindo a entropia na organização.

Enfim, o Security Coaching visa capacitar o gestor para uma gestão da segurança integral, que requer visão global, ações com foco, tecnologias, planejamento... Uma gestão integral que resulte na concretização de objetivos estratégicos na segurança, alinhados com os desejos pessoais do gestor e de seus colaboradores.

Maiores informações pelo Tel.: (22) 2629-2790 e (22) 9-9978-7788.

Nome Skype: eletroguardandre

2 de jul. de 2012

O Estigma Mitológico Apologético da criminalidade bem sucedida. (Parte I)

No popular, isso significa apenas dizer: "se o ladrão quiser, nada pode contê-lo". Será que isso é verdade?

Com 17 anos de experiência no ramo, ouso discordar disso. Defendo a tese de que esse comportamento existe apenas para justificar o baixo investimento em medidas preventivas de segurança - que não trarão renda, mas algumas despesas.

Veja o repeito que o "Senhor" Ladrão ganhou desse pequeno gestor, que adotou medidas simpáticas ao crime (criminosas) para tentar amenizar seu problema de segurança.
 O problema é que, nos parâmetros do sistema econômico capitalista, não há lugar para despesas, só para lucros. Por isso, os gestores mantém prioridade, foco e investimentos nos setores que produzem renda nas organizações, afastando a Cultura da Segurança para conter despesas, mesmo que necessárias. O baixo nível de investimento em medidas preventivas de segurança e as altas taxas de omissão, negligência e impunidade é que trazem como consequência o sucesso criminoso.

O sucesso criminoso e a baixa autoestima dos gestores desenvolve o estigma mitológico da criminalidade bem sucedida. A glamourização dos atos criminosos e a apologia ao crime surgem para encobrir o fracasso da gestão de segurança, que trazem como justificativa frases como esta: "não importa o que se faça, os criminosos serão sempre bem sucedidos"...



PESQUISAS DE CONFIANÇA NA SEGURANÇA PÚBLICA E PRIVADA.

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