6 de set. de 2010

A SEGURANÇA PÚBLICA NO ATUAL ESTADO DEMOCRÁTICO DE DIREITO(A)

Por André Pereira da Silva.


No estado democrático de direito, a sociedade civil precisa ter uma polícia legítima. Uma polícia formada por cidadãos policiais, para cumprir e fazer cumprir nossas leis. Uma Polícia civil, que faça o ciclo completo de policiamento: ostensivo, preventivo, investigativo e judicial. Uma polícia Civilizada: mais ostensiva e menos repressiva; mais preventiva e menos restritiva; mais investigativa e menos extorsiva, mais judicial e menos abusiva.

Numa democracia madura, o policiamento militar só deve ser feito em estado de sítio, decretado pelo Estado sob ameaça estrangeira. A força militar é para os inimigos da nação, não para cidadãos brasileiros suspeitos de crimes comuns, meros infratores das leis. É estranho falar em estado democrático de direito no Brasil, onde ainda se mantém Polícias Militares para vigiar a população civil.

POLICIAMENTO CIVIL COM CICLO COMPLETO: RESPEITO AOS DIREITOS E LIBERDADES INDIVIDUAIS.

Basta uma polícia fazendo o ciclo completo de policiamento para se garantir a ordem e a paz social; respeitando os direitos civis, humanos e as liberdades individuais. A polícia do Estado democrático deve ser civil, não militar. Contudo, a sociedade brasileira mantém uma polícia alienígena, formada por militares. Desse modo, a sociedade que pretende ser democrática comete um erro estratégico grave.

Uma das causas da violência policial é a impunidade. No Brasil, os crimes de policiais (militares) praticados no serviço público não são julgados por civis, mas por militares. Como são julgados os militares que mataram civis em serviço? Os Tribunais Militares não dão devida resposta à sociedade civil nos crimes cometidos por militares nas ruas públicas. A caserna não oferece a transparência necessária à democracia, o que acaba gerando o clima de opressão e impunidade.

Comparando, o que seria um crime para um civil, para um militar poderia ser uma simples missão de guerra. Nos tribunais militares, as mortes nem sempre são crimes de guerra. Na caserna, um grande homicida pode ser condecorado herói militar, e presenteado com os “espólios de guerra”. Tradicionalmente, os militares que vencem a batalha ficam com os objetos deixados pelos inimigos mortos no local. Afinal, guerra é guerra!

Entretanto, o trabalho da polícia é preservar as vidas, resguardar o local, as provas e o patrimônio, impedindo o saque. Preservar o patrimônio não é colocá-lo no bolso da farda, ou na mala da viatura... Brasileiros infratores não são inimigos e o patrimônio privado não é espólio de guerra.

A polícia militarizada foi criada pelo governo militar em 1977, em pleno regime de exceção. Nesse modelo, os cidadãos que cometem crimes estão sujeitos a serem tratados pelos militares como “inimigos”. Desde então, nos acostumamos a um “Estado de Sitio” permanente. O cidadão de bem ficou sujeito a averiguações ameaçadoras e abusivas. Torturas e espancamentos nos interrogatórios se tornaram tão comuns quanto os saques patrimoniais.

A ditadura cedeu lugar à democracia, mas esse modelo de policiamento mantém o Estado autoritário e inseguro. A população sofre com os excessos da força policial, embora necessário maior combate à criminalidade. Infratores (pobres ou azarados) ainda podem sofrer execuções sumárias e extrajudiciais, como num estado de sítio. 


Esse modelo de segurança pública obriga a burguesia a pagar por segurança clandestina (milícias). Mantém um clima de guerra, onde cidadãos inocentes acabam sendo vítimas das balas perdidas.

Vários projetos propõem ampliação das polícias civis e redução das polícias militares com realocação de recursos humanos e materiais. Muitos dos modelos propostos são melhores do que o atual modelo de segurança pública: militocrático e antidemocrático.

29 de jul. de 2010

A IMPRESCINDÍVEL TECNOLOGIA

Por André Pereira da Silva.




Irreversivelmente, a tecnologia ocupou lugar na sociedade. A máquina de calcular aposentou o lápis e a tabuada. No início, essa tecnologia também sofreu resistências, mas hoje está em pleno uso. Com ela, fazemos contas com maior rapidez e precisão que no passado. Sem a máquina de calcular, o cidadão moderno hoje perderia tempo, eficiência e competitividade.

Portanto, para se ter um diferencial competitivo, pessoas e empresas precisam adotar tecnologias para desempenhar as atividades mais cotidianas. Hoje, todo mundo quer ter um telefone celular, um computador, além das ferramentas específicas de cada profissão...

Na gestão da segurança privada não é diferente. Sabe-se que a Vigilância é o ônus da Segurança. Hoje não se consegue mais desempenhar essa atividade sem o Sistema Eletrônico de Vigilância. Sem esta ferramenta, aliada a outros ítens de gestão, não se consegue economia, eficiência e nem eficácia na difícil tarefa de vigiar; não se consegue atingir objetivos estratégicos na segurança.

SISTEMAS DE ALARME

Convencionais ou monitorados, são necessários quando se precisa ter conhecimento imediato de algum evento (ex.: invasão, furto, roubo, incêndio...) e se quer inibir ou impedir os mesmos. Com uma gestão correta, podem ser usados na indústria, no comércio e nas residências, nas propriedades urbanas ou rurais.

Sistemas de alarme com sensores adequados também podem ser utilizados em ambientes abertos, como quintais ou galpões, criando zonas de segurança ao redor da edificação principal. Assim, vigiam bens em locais externos e detectam as invasões antes de ocorrerem os arrombamentos, antes da penetração na edificação. Os sistemas externos podem disparar o alarme e inibir a ação invasora antes de ocorrer um confronto.

SISTEMAS DE OBSERVAÇÃO

Auxiliam a vigilância de determinados locais através de câmeras, microfones e monitores de vídeo. Podem gravar e transmitir os sons e as imagens para um ou mais monitores, locais ou remotos. Aumentam a eficiência da vigilância e servem como ferramentas administrativas e de controle de qualidade. Imagens de locais alarmados instruem inquéritos policiais e são provas judiciais.

CERCAS ELETRÔNICAS

Ajudam a conter invasões. Porém, também não são soluções absolutas na segurança de um local. Devem fazer parte de uma estratégia, estabelecida por um gestor de segurança. Numa fiação de aço inox, esticada acima dos 2,20m por hastes de metal com isoladores plásticos, é lançada uma corrente pulsante de alta tensão. A central fornece até 15.000V e detecta descargas elétricas em algum invasor, soando um alarme. Essa tecnologia não mata nem provoca lesões corporais nos invasores, cumprindo uma importante função na estratégia de segurança sem descumprir as leis.


A moderna gestão da segurança privada também requer tecnologia!



Contudo, a tecnologia não elimina a gestão e nem resolve tudo sozinha. Para segurança, a tecnologia precisa ser planejada, gerida e utilizada estrategicamente.


Com tantas opções tecnológicas, o consumidor deve estar informado e ser orientado, caso a caso, sobre o que mais convém diante de seus fatores de risco, de suas condições ambientais, operacionais e econômicas.


Falando nisso, você poderá gostar de ler:

A QUEM CABE A GESTÃO DA SEGURANÇA ELETRÔNICA?

18 de jul. de 2010

A SOLUÇÃO DOS PROBLEMAS QUE (AINDA) NÃO ACONTECERAM.

Por André Pereira da Silva.

A solução de certos problemas futuros está no presente. Quando um risco se torna um fato (irreversível) não há mais o que fazer. As melhores soluções nas questões de saúde e segurança ainda são as medidas preventivas. Comprar um guarda-chuva num lindo dia de sol é uma atitude saudável. A isto se dá o nome de Prevenção.

No título desta matéria a expressão “(AINDA)” faz toda a diferença. Se esses problemas ainda não existem, o que se quer é que isso continue assim. O objetivo da prevenção é resolver os problemas por antecipação, visando manter a situação estável e evitando os imprevistos indesejados. A isto se dá o nome de Segurança.

Um ditado popular diz que “é melhor prevenir que remediar”. Como ainda não há cura para a AIDS, ter bons hábitos e evitar se expor aos riscos de contaminação é a melhor maneira de se resolver esse problema de saúde. No caso da Dengue, não adianta muito perseguir e matar os mosquitos em pleno voo. A solução inteligente (estratégica) é acabar com as larvas do mosquito; é impedir que o vetor da doença nasça.

Bom seria se o Estado cumprisse o seu dever com políticas públicas de saúde, educação e segurança, garantindo boas condições de transporte, trabalho e renda. Essas são políticas básicas, estratégicas para o desenvolvimento sustentável de uma nação. Uma prevenção ao caos social e econômico. A isto se dá o nome de Segurança Pública.


As falhas na política de segurança pública criam condições adversas ao cidadão. Portanto, este também tem que implementar medidas preventivas, complementares às do Estado. Como não há remédio para os crimes consumados contra a vida e o patrimônio privado, a solução é controlar esses riscos preventivamente; evitar que eles se tornem fatos. A isto se dá o nome de Segurança Privada.


As perdas materiais e até a perda de vidas podem valer dinheiro. Perdas patrimoniais por incêndios, furtos, roubos, mortes, lucros cessantes, tudo isto pode ser motivo de indenização - se tiver sido contratado uma apólice de seguro anteriormente. Assim, a seguradora paga a alguém o valor estipulado na apólice em caso de sinistro. É uma forma de se estipular uma reparação. A isto se dá o nome de Seguro Privado.


Embora os crimes de homicídios, latrocínios, roubos e furtos possam ser indenizados esses riscos devem ser controlados, não provocados. O seguro não é um “remédio total”. Não controla os riscos, não protege o patrimônio e nem a vida. Na maioria das vezes, esse valor não equivale ao sofrimento humano, aos prejuízos de uma empresa com a paralisação das atividades, à perda de informações, aos danos materiais e morais.

A despeito disso, já soube de operários que decepavam propositalmente seus dedos, para pleitearem o valor dos seguros por “acidente” de trabalho nas fábricas. Um ato que mistura ganância, desespero, pragmatismo e ignorância. De certo modo, muitos empresários pensam e agem como esses operários, "ateando fogo" nas suas próprias empresas. A isto se dá o nome de Fraude...

Para ganhar dinheiro, muitos empresários mantêm seu patrimônio exposto a diversos riscos, considerados naturais em nosso sistema econômico (capitalista). Porém, a segurança pessoal e patrimonial deve ser gerida de modo mais humano e inteligente; menos especulativo. Especular com a própria segurança (visando apenas obter vantagem econômica) pode custar muito caro. Ter bons hábitos e gerir a segurança de modo responsável e preventivo é melhor do que ficar “rifando os dedos”.

No campo criminal, não vale a pena praticar fraudes ou encomendar crimes para tentar ganhar ou recuperar patrimônio. Também se corre o risco da perda de liberdade. No campo civil, apenas uma ação judicial poderia reverter uma perda econômica, num futuro incerto. Isto se houverem responsáveis identificados, capazes de pagar pelos prejuízos que causaram... Um processo longo que deve ser evitado.

Prevenir é o melhor negócio para as pessoas honestas. Como costumo dizer, segurança é uma questão de cultura. Mas segurança também é uma questão de honestidade, de respeito à vida.


Cultura, honestidade, economia, ecologia... Leia a matéria SEGURANÇA É SUSTENTABILIDADE .

9 de jun. de 2010

OS CONSELHOS COMUNITÁRIOS E A MILITOCRACIA DA SEGURANÇA

Por André Pereira da Silva.


Os Conselhos Comunitários de Segurança devem ser espaços democráticos, não militocráticos. Reuniões abertas para a sociedade civil discutir as políticas públicas de segurança de cada localidade, onde membros eleitos representem as comunidades para colaborar com os membros natos: os delegados de polícia civil e os comandantes da polícia militar...

Os Conselhos foram criados para as comunidades participarem da gestão da segurança pública junto às autoridades, onde o cidadão acompanhe o trabalho em paridade, fiscalize a ação das polícias e a cooperação das prefeituras. As reuniões registradas em atas e os relatórios entregues ao Instituto de Segurança Pública (ISP), órgão da secretaria de Estado (RJ), para que este analise e adote medidas governamentais...

Porém, desconfiadas, as comunidades não participam e o cidadão comum permanece ausente das reuniões. Entretanto, é notável o grande interesse de alguns cidadãos de pertencer aos conselhos. Interesse que, muitas vezes, acaba sendo inversamente proporcional ao interesse de participação das suas respectivas comunidades. Assim, muitos presidentes de conselho acabam sendo eleitos com baixíssima representatividade, diante da omissão e ausência dos demais cidadãos.

Então se pergunta: por que alguns cidadãos têm tanto interesse em presidir um conselho, do qual quase ninguém quer participar? Que interesses estariam envolvendo os membros dos conselhos e as autoridades locais? Por que alguns presidentes de conselho se tornam autoritários mesmo sem serem autoridades? Seria só para garantir o cargo, a omissão e ausência do povo? Para ganhar uma portaria municipal, algum tipo de subvenção? Para servir à militocracia e ajudá-la a manter o monopólio político e mercadológico na área de segurança?

A ditadura militar deixou marcas históricas no Brasil e as fardas ainda representam traumas do autoritarismo. Em ‘pleno’ regime democrático, a pacata população civil ainda evita freqüentar locais em que hajam muitos homens fardados: vestígios da repressão, na qual a polícia agia contra os interesses do povo. A cultura militocrática na área de segurança é outra herança indesejável...

Os Conselhos de Comunitários de Segurança verdadeiramente democráticos ajudariam a mudar esse estigma. Porém, a despeito de serem um espaço civil, os conselhos costumam ter demasiada presença de militares, inclusive na presidência. No lugar de cidadãos civis, militares da reserva ocupam esse espaço público junto aos seus colegas de farda, onde se impõe uma gestão militarizada.

Num ambiente controlado, os conselhos deixam de ser ‘comunitários’ e acabam ficando sob o comando de grupos organizados por uma hierarquia paramilitar. Com ameaças autoritárias, esses grupos intimidam os participantes e dominam as reuniões. Com isso, agentes comunitários legítimos se afastam; não participam, colaboram ou apontam problemas – muito menos as falhas nas condutas das autoridades. Isso compromete a função democrática dos conselhos e contraria a constituição do Brasil.

É como se o chefe da segurança se tornasse o anfitrião da casa; promovendo nela uma festa exclusiva para os seus amigos, decidindo quem entra e quem sai, quem fala e quem cala; tocando a sua música preferida para que os convidados dancem ou vão embora. Uma festa onde o dono da casa está ausente...

Essa circunstância afasta os cidadãos e deixa os Conselhos Comunitários sem representatividade civil, sem legitimidade, dominados por adeptos da militocracia. Os cidadãos que permanecem nos Conselhos são controlados e logo se tornam meros coadjuvantes desse processo (de controle e ocupação). Acabam sendo utilizados apenas para dar quorum às reuniões e dar um aspecto democrático ao processo.

Militares são treinados para combate, ocupação e repressão; não para serem anfitriões, fomentarem a participação social ou as discussões democráticas. São treinados para manter a ‘ordem’, dadas por superiores. É complicado para um militar fazer críticas ao sistema e promover discursos intelectuais. Às vezes isso é complicado até para um civil, sob opressão militar...

A rígida disciplina militar impõe limites para a liberdade. Lamento que o cidadão Ronaldo Meneses, em seu legítimo desabafo, tenha sido preso logo após a publicação da matéria A PERVERSIDADE DO BICO E A PRIVATIZAÇÃO DA SEGURANÇA. Concordo plenamente com o que escreveu este profissional da segurança, preso por estar sujeito ao regime militar de sua corporação, por ser Coronel da Policia Militar do Estado do Rio de Janeiro.

Reprimidos, muitos militares optam por ter condutas secretas e atividades clandestinas. Porém, na obscuridade é que surgem os procedimentos militocráticos, os excessos, os abusos; as condutas ilegais e por vezes criminosas, em que alguns se prevalecem de função pública para campanear os questionadores, cercear as idéias, minar as objeções, enquadrar os opositores, reprimir a liberdade civil e mercantilizar a Segurança Pública.

A gestão militar não serve como modelo democrático e não deve ser implantada nos Conselhos Comunitários de Segurança. A gestão deve ser civil, democrática com plena participação popular. A sociedade precisa ocupar o seu lugar na Segurança Pública e Privada, afastando a militocracia que recrudesce a gestão da Segurança em monopólio. Um monopólio que mantém as coisas como estão: péssimas.


A solução não passa pelo militarismo ou antimilitarismo. Os militares têm muito a contribuir pela Segurança em seus campos de atuação, permitindo o desenvolvimento de uma Cultura de Segurança Civil nas comunidades.


Os Conselhos Comunitários de Segurança devem ser heterogêneos. Cada participante deve colaborar com sua cultura, visão e experiência; respeitando os limites de cada um, visando o conhecimento e o amadurecimento do conselho para se atingir um objetivo comum: a Segurança, que é responsabilidade de todos!

Os Governadores, prefeitos, parlamentares e a OAB devem ficar atentos a isso. Sem liberdade de expressão e sem a participação social não se mudará nada na Segurança. Cada vez mais a Segurança requer uma gestão civil, compatível ao Regime DEMOCRÁTICO.

Saiba mais. Leia a matéria SEGURANÇA É SUSTENTABILIDADE.

11 de mai. de 2010

SEGURANÇA É SUSTENTABILIDADE

Por André Pereira da Silva.


Uma empresa que se insere numa comunidade sempre afeta seu modo de vida, em maior ou menor escala; dependendo da atividade econômica, do tamanho da empresa e da comunidade. As empresas privadas devem ser administradas de modo sustentável, equilibrando-se no tripé econômico, ambiental e social.

Contudo, fazer uma empresa atingir o equilíbrio econômico no Brasil já é uma proeza. Todo empreendedor sabe que o risco é alto, os ganhos incertos e as perdas certas. Isso já seria um bom motivo para se investir no controle de riscos, desde o início das atividades... Porém, a administração empresarial tem sido muito focada no lucro, deixando para o Estado resolver as questões sociais, de Segurança e meio ambiente.

Seja por motivos econômicos ou culturais, nos comportamos sempre como competidores. Não olhamos para o lado ou para trás, só para frente... Essa conduta empresarial deixa um rastro de lixo, poluição, degradação ambiental, desemprego, exclusão social, concentração de renda... A economia das empresas aumentam riscos sociais e ambientais; problemas que o Estado não consegue resolver sozinho. Quando há insegurança, como lixo acumulado, ela acaba revertendo em prejuízos para empresas, comunidades, sociedade: para todos!

Enquanto o problema não desce morro abaixo, as empresas não investem em Segurança. Até que riscos se tornem fatos, as pessoas não participam dessa questão. A ordem é trabalhar e lucrar enquanto for possível, e deixar os problemas sociais, ambientais e de Segurança para o Estado. Isso não é Ordem política, econômica ou social: é um salve-se quem puder...


O Estado faz tudo para manter a "ordem" e a "sensação" de segurança; até para justificar a sua existência. No entanto, até mesmo manter essa ilusão está se tornando inviável, pois a realidade chega implacável: o "lixo" desmorona, o morro desce e a violência explode. Neste momento fica  claro que os governos não conseguem resolver nada sozinhos, nem mesmo com o dinheiro arrecadado em impostos.


Incomodados (e acomodados) diante do problema, alguns querem a volta da ditadura militar e do Estado de Sítio. Outros disparam o discurso do Estado mínimo: o que abre a brecha para as privatizações, os pedágios e as terceirizações antipatrióticas e neoliberais. Propostas dos que não querem entender, participar ou colaborar com a Segurança, mesmo sendo esta uma condição necessária às suas atividades econômicas. Também não haverá lucro se tivermos que sustentar vagabundos, parasitas e criminosos...

Seja através do Estado ou diretamente pelas empresas, as atividades econômicas devem preservar o meio ambiente e promover o bem estar social, e evitar a marginalização dos membros das comunidades afetadas por elas. As empresas também devem assumir suas responsabilidades diretas com a Segurança, e fazer investimentos no mínimo proporcionais aos riscos gerados em suas atividades econômicas.

O pragmatismo e o imediatismo deixou pessoas e empresas viciadas; acostumadas a transferirem toda a responsabilidade da Segurança para o Estado, ou para terceiros. Esse vício gerou o comportamento descrito na matéria A RESPONSABILIZAÇÃO DOS SERVIÇOS LIGADOS À SEGURANÇA

Embora a sociedade clame por segurança e o Estado garanta o monopólio de suas atribuições nesse setor, este se mostra incapaz de trazer soluções para o setor sozinho. A segurança tende a ficar monopolizada e obsoleta diante da omissão cidadã; da não participação social. A prevaricação e a corrupção dos agentes públicos faz do Estado parte do problema.


Estado se tornou incapaz no momento que se incumbiu da Segurança e incapacitou o cidadão de participar efetivamente. Desarticulou a sociedade, desarmou o cidadão e não conseguiu desarmar os criminosos... As políticas públicas de Segurança tornaram o cidadão um "marginal", posto à margem dessa questão. Por isso, é o cidadão que está ficando atrás das grades, acuado entre polícia e bandido.


Falta vontade política para mudar esse quadro. Aliás, há até um certo incentivo à não participação da sociedade civil nas questões da Segurança. Vejamos: quem são os secretários da segurança dos municípios? Quem são os conselheiros e experts da segurança? Ora, a grande maioria são militares e agentes do próprio Estado; raramente um gestor de segurança civil. A situação mostra que o monopólio do Estado é incompetente para resolver todas as questões da Segurança sozinho.


Outra prova da falta de competência absoluta do Estado é o artigo 144 da Constituição da República Federativa do Brasil: “Segurança é dever do Estado, direito e responsabilidade de todos”. O artigo constitucional deixa claro que o Estado assume seu dever com a Segurança, mas divide a responsabilidade conosco... Ou seja, a atribuição é dele (do Estado), mas a responsabilidade é nossa (dos cidadãos). Sem a nossa participação o Estado não tem competência alguma, restando-lhe apenas um vago dever para com a Segurança...


Resumo: sem o interesse e a colaboração dos cidadãos-responsáveis, o Estado não tem competência para resolver as questões da Segurança. Sem a participação efetiva das comunidades o Estado pouco pode fazer pela Segurança Pública. Sem investimentos privados em Segurança, feitos por empresas e cidadãos produtivos, todos continuarão sob os riscos gerados nas atividades econômicas. Sem as tecnologias e o know how das empresas de vigilância eletrônica, não há soluções de curto prazo viáveis e eficazes para a Segurança. Sem a iniciativa privada o Estado pouco pode fazer pela Segurança, a não ser obstruí-laemperrá-la.

5 de abr. de 2010

UM OUTRO OLHAR (DO DONO) NO CONTROLE DO NEGÓCIO.


 Por André Pereira da Silva.


Todo pequeno empresário sabe como é importante sua presença no controle do seu negócio. O dono tem que manter um olhar atento à qualidade do atendimento, à entrega e conferência dos pedidos, ao controle do estoque, às perdas de mercadorias e até aos furtos praticados por funcionários e clientes.

As perdas e os furtos levantam suspeitas que prejudicam o ambiente de trabalho, baixam o moral da equipe e acabam afetando a qualidade no atendimento dos “bons” clientes. Além do prejuízo imediato, esses problemas vão corroendo o lucro e reduzindo a competitividade: fatores que podem levar a empresa à falência.

Ao sentir na pele o “custo” da sua ausência, muitos empresários se tornam reféns do seu próprio negócio. Prisioneiros das atividades-meio, não têm tempo para dirigir as atividades-fim. Fica difícil para o comandante manter o rumo se frequentemente tiver que descer aos porões para ver o que acontece na sala de máquinas...

Ninguém consegue ser onipresente. É aí que entra a videovigilância, uma ferramenta administrativa muito útil no controle de pequenos e grandes negócios. Indispensável para dirigentes e gerentes, mesmo para quem tem um staff de primeira.

Essa tecnologia permite ao usuário ver e ouvir o que acontece no local, mesmo que remotamente, de qualquer parte do mundo com acesso à internet. Sons e imagens ao vivo e a cores, ou gravadas em local seguro. Isso permite que se reveja em detalhes o que aconteceu, ajudando nas investigações e constituindo provas judiciais.  

Seja em empresas ou residências, esse sistema de observação remota ainda pode estar conjugado a um sistema de alarme no local, revelando os protagonistas de um evento alarmado com detalhes de sons e imagens.


A videovigilância reduz drasticamente as perdas, aumenta o lucro e a competitividade da empresa na qual o dono pode manter o seu olhar, mesmo estando ausente do local.

Para maiores informações entre em contato com a Rede ELETROGUARD de Vigilância Eletrônica, por e-mail contato@eletroguard.com.br, ou por telefone (22)9978-7788.

19 de fev. de 2010

A RESPONSABILIZAÇÃO DOS SERVIÇOS LIGADOS À SEGURANÇA


Por André Pereira da Silva.




A matéria publicada no site CONJUR (link abaixo) fala da Responsabilidade das Empresas de Segurança Privada. Muito se fala da responsabilidade dessas empresas. Entretanto, vejo que o entendimento que nasce não estimula a apuração de todas as responsabilidades envolvidas na segurança. Surge uma onda de responsabilização neoliberal; injusta, aplicada aos profissionais envolvidos ou ao elo mais fraco da corrente.


Devemos lembrar que essas empresas de vigilância tem que atuar num mercado promíscuo, onde a concorrência desleal provoca queda da qualidade e da segurança, não normatizada pelo Estado. Esta omissão traz suposta vantagem ao consumidor: preço muito baixo. Entretanto, serviços ligados à Segurança, dependendo da forma como são consumidos e fornecidos, estão se tornando um Risco, para quem consome e para quem fornece.


A segurança neoliberal.


Com base nos meus 15 anos de experiência profissional no ramo da Vigilância Eletrônica, percebo a conduta escusa de alguns cidadãos-consumidores, que aparece nas diversas pesquisas que fiz no setor da Segurança. Acreditando ser a segurança apenas mais um bem de consumo, muitos pretendem "comprá-la". Assim, um negócio neoliberal seria feito para tranferir todas as responsabilidades da Segurança aos fornecedores de vigilância... (Saiba o que é neoliberalismo).


Neste ambiente, alguns cidadãos-consumidores vem desenvolvendo a idéia de que, comprando produtos ou contratando serviços de vigilância, compra-se segurança, transferindo-se os riscos patrimoniais para as empresas e aos profissionais envolvidos. Um comportamento muito pragmático porém equivocado. Desse modo, o consumidor não teria mais que assumir quaisquer responsabilidades com a Segurança. Consumidores irresponsáveis com a segurança buscariam apenas responsabilizar terceiros, como fazem com o Estado, que assumiu o dever com a segurança. 

A má gestão da segurança, se agravada por um possível erro judiciário, aumenta o risco das empresas de vigilância, envolvidas na segurança. Isto onera a atividade privada e traz prejuízo para toda a sociedade. De fato, a negligência de consumidores oportunistas pode criar uma chance de condenação e de indenização para reparação de danos por supostas falhas na Segurança. Isto seria um enriquecimento sem causa de consumidores, oportunistas e negligentes com a própria segurança.


A maioria das "falhas na Segurança" não ocorrem por falha técnica do sistema eletrônico de vigilância instalado. Muitas ocorrem por má informação na prestação do serviço contratado, má gestão da segurança, mau planejamento, erro de estratégia, falhas táticas ou simples mau uso do sistema. Um planejamento tecnológico inexistente ou feito pelo próprio consumidor (sem contratar uma consultoria responsável por esse trabalho) pode acarretar investimentos em sistemas insuficientes ou inadequados: fadados ao fracasso.


Portanto, quando surgem as "falhas na Segurança", muitas são o resultado de uma estratégia errada, desenvolvida pelo próprio consumidor que, diante de um fracasso, busca um "culpado" para assumir a responsabilidade - e pagar a conta. Seriam enganos lucrativos, cujo lucro estimula o engano.
 Como ocorre em muitos sinistros de seguros privados, pode existir a conivência do próprio consumidor que busca indenização. Alguns consumidores são caçadores de indenizações, e vão parar no judiciário em busca desse "direito"Se condenadas, essas empresas de vigilância assumiriam todo o ônus da Segurança, como se elas fossem as únicas responsáveis por isso.


Se essa briga for civilizada, a coisa pode reverter contra o consumidor desonesto e negligente; que pode ser condenado a indenizar a empresa ou o profissional injustamente responsabilizado, a quem causou danos morais. Mas, se essa briga for entre pessoas armadas, a "solução" pode ser na base da ameaça, extorsão e morte.


O pensamento neoliberal é absurdo. Equipara as empresas de vigilância com as seguradoras. Essa corrente tenta promover a tranferência dos riscos, não o controle dos mesmosOra, assumir riscos de terceiros é papel das seguradoras; controlar e reduzir riscos é papel das empresas de vigilância, humana ou eletrônica. Os consumidores neoliberais estão partindo para uma espécie de "fraude ideológica", visando obter vantagens ilícitas contra aqueles que trabalham pela segurança.


Isto deixa claro que alguns consumidores parecem buscar por Segurança, quando na verdade estão atrás de negócios, de vantagens; de dinheiro ($). Essa frenética busca de vantagens neoliberais exige a criação de uma nova espécie de seguro: que proteja as empresas do setor de vigilância de consumidores que, de qualquer modo, pretendam receber delas o valor dos seus "sinistros".


Uma coisa é uma coisa e outra coisa é outra coisa...


Não existem empresas de Segurança. As empresas de vigilância também não são seguradorasA Vigilância é um serviço complementar à Segurança, que é dever do Estado, direito e responsabilidade de todos; definição dada pelo Art. 144 da Constituição da República Federativa do Brasil. A Vigilância está definida e regida por leis federais (lei 7.102/83 e 89.056/83).


Outro equívoco é criado ao se confundir o serviço de Vigilância Humana (objeto da lei 7.102/83) com o de Vigilância Eletrônica (ainda sem lei regulatória, objeto do projeto-de-lei 1.759/2007). Essa Vigilância Eletrônica pode ser feita pelo próprio usuário, através de sistemas tecnológicos projetados por ele e instalados por terceiros. Mas a vigilância também pode ser feita por terceiros, do modo tradicional ou tecnológico. Vigilância é uma coisa e Segurança é outra. Vide o Art. 144 da Constituição.

Já o Seguro é regulado pelo Decreto-Lei n° 73/66, que dispõe sobre o Sistema Nacional de Seguros Privados. O Seguro é portanto outra coisa, que não deve ser confundida com Vigilância nem com Segurança.


Embora a Segurança não seja um bem de consumo ela começa a ser tratada como se fosse. Esse comportamento vem se tornando comum na sociedade de consumo neoliberal. É uma distorsão do nosso sistema econômico, que só visa consumo e lucro. Neste sistema, muitos só estão atrás de vantagens: se livrarem do ônus (e da responsabilidade) com a Segurança; recuperar prejuízos sofridos em razão de roubos e furtos sofridos; receber de volta os valores investidos na Segurança Privada.


Todos esses serviços privados são mutuamente complementares que, somados às condutas responsáveis dos cidadãos, complementam a Segurança de todos; que é devida e gerida pelo Estado. Portanto, são serviços diversos, de empresas diferentes, geridas de modos diferentes, regidas por leis diferentes.


Falhas na lei.


Embora muito ruim, o projeto-de-lei 1.759/2007 em tramitação no congresso nacional pretende regular a atividade de Vigilância Eletrônica, ainda recente no Brasil. Enquanto isso fica essa brecha, na lei e na Segurança desejada por todos. Leia a matéria RISCOS NA LEI QUE REGULARÁ A SEGURANÇA.


A Segurança é uma responsabilidade compartilhada: por empresas privadas nas suas diversas especializações, pelo Estado nas suas diversas atribuições, por instituições públicas e Privadas, incluindo o próprio cidadão. Cada qual com tem sua atribuição e responsabilidade. A responsabilidade individual pela Segurança (citada na constituição) jamais pode ser “terceirizada”, simplesmente passada adiante.


O contratante de serviços de vigilância eletrônica é o gestor: escolhe a empresa, controla a verba e interfere no projeto. Ao pedir orçamentos, o cliente o faz já com uma idéia na cabeça, por vezes difícil de remover. Então, o consumidor acaba sendo ele mesmo o projetista, gestor e usuário do seu sistema de Segurança, instalado com a ajuda de profissionais terceirizados. Se esse sistema fracassar, os profissionais de instalação não devem ser responsabilizados, visto que não falharam no serviço específico para o qual foram contratados...


Um problema econômico na atribuição de responsabilidade.


Para evitar o custo de uma consultoria prévia (responsável pelo planejamento estratégico, tático e técnico) muitos consumidores apenas compram produtos baratinhos no varejo e vão atrás de técnicos para instalar. Outros contratam empresas e profissionais para apenas instalar, supervisionar, monitorar os Sistemas de Vigilância Eletrônica que contratou, sem qualquer planejamento estratégico, tático ou operacional.


Contratados para atender necessidades específicas (por vezes mantidas em sigilo pelo cliente), empresas e profissionais instalam o que foi pedido ou sugerido: surgem os sistemas feitos sob a gestão e planejamento do cliente! Logo, o cidadão-consumidor é responsável por seu projeto, compra ou contratação (errada?); por sua gestão, planejamento estratégico e operacional do sistema; feito para uso individual ou coletivo; para sua residência, empresa ou condomínio.


Portanto, o cidadão-consumidor também é responsável pela Segurança; resultante dos seus atos relacionados com a Segurança individual, coletiva, privada ou pública. Para regular essa responsabilidade, foi criado o projeto de lei 4.436/2004 visando regular a contratação de qualquer serviço de vigilância. Essa lei pretende regular a responsabilidade civil e criminal de quem contrata serviços de vigilância clandestina; que pode causar danos ou riscos com sua má escolha e prejudicar a Segurança: a sua e a de todos.


Compartihando responsabilidades na sociedade competitiva.

No sistema econômico capitalista a sociedade acaba sendo competitiva, não colaborativa. Assim, ninguém quer assumir responsabilidades ou ônus com a Segurança, vivendo só atrás de lucros e vantagens. Nesse sistema, ninguém é encorajado a desarmar a "bomba" para evitar uma explosão de prejuízos. Uma distorção comportamental na qual se ignoram os custos necessários e se “terceirizam” os problemas difíceis de resolver. Assim, a sociedade omissa já despeja todas as responsabilidades da segurança no governo e na polícia, surgindo a tendência de se responsabilizar as empresas de segurança privada.


No capitalismo, o lucro de uns sempre foi obtido em prejuízo de outros. Contudo, isso é, de certo modo, aceito e considerado um fator de desenvolvimento. Assim, quem trabalha obtém o lucro "natural" do sistema econômico. Porém, o lucro obtido na área de segurança provoca ódio no consumidor, onde a atividade econômica é vista como "desleal" por alguns.


De fato, o sistema econômico está tornando o "livre" mercado desleal, para consumidores e fornecedores. O lucro da vigilância recebe uma espécie de maldição: todos fogem do problema da segurança e deixam a "bomba" nas mãos de terceiros - justamente daqueles que se propõem a ajudar na solução do problema. Todos se esquecem que a Segurança é uma responsabilidade compartilhada...


Segurança é dever do Estado e a polícia também deve fazer a sua parte. Mas, como ninguém aguenta tamanha pressão, ela também falha! Então porque saiu da moda demandar judicialmente contra o Estado, que falha e não cumpre sua função constitucional? O motivo é simples: o autor de processo contra o Estado geralmente não ganha; e se ganha não leva o dinheiro nesta encarnação (precatórios). Por isso, a novidade é demandar contra as empresas privadas, condomínios e shoppings com base no código de defesa do consumidor, mesmo que a Segurança seja responsabilidade de todos. Leia Prevenção Imprevisível, por Rodolfo Araújo.

Resumo:


As pessoas querem obter lucros mas não querem sofrer prejuízos; embora o lucro de um sempre ocorra em prejuízo de outro. A sociedade não aceita os lucros das empresas de vigilância, mas gostaria que elas tivessem dinheiro para bancar indenizações... Reclama dos problemas de segurança, mas continua omissa, negligente e até conivente: alguns sabotam seus próprios sistemas de segurança visando algum tipo de indenização, expondo a segurança pública e privada ao risco de falência. Adota-se um comportamento fraudulento e criminoso; que muitas vezes fica impune, sob a égide do código do consumidor.


Depois das minhas objeções, leia a matéria que fala da responsabilidade das empresas de vigilância (humana), regidas pela Lei 7.102/83.


Clique no link A RESPONSABILIDADE DAS EMPRESAS DE SEGURANÇApor Diogo Paiva Magalhães Ventura.

PESQUISAS DE CONFIANÇA NA SEGURANÇA PÚBLICA E PRIVADA.

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