31 de jan. de 2010

OS RISCOS OCULTOS NO MONITORAMENTO 24H E NA PRONTA RESPOSTA

Por André Pereira da Silva. 


Em termos de segurança, os governos e os cidadãos devem evitar dar um "tiro no pé" com a própria tecnologia. Devemos ter cuidado com a auto-sabotagem tecnológica. Vou tentar explicar como isso acontece.


Assistimos muitos filmes e programas de TV gravados nos EUA em que aparecem os serviços de Monitoramento de alarmes, onde agentes dão Pronta Resposta Armada acompanhados da polícia local. É comum para o cidadão norte-americano andar portando armas de fogo. É comum para os brasileiros assistir tudo isto pela TV e se acostumar com isso. (Não deixe de ler as matérias "Como Viver a Vida, segundo a Globo", por Leandro Vieira e A TV é um meio sem princípios nem fimpor Rodolfo Araújo). 


Ficamos familiarizados com o que vemos na TV. Nossa sociedade televisiva aceita tudo o que vê na tela, sem questionar sua veracidade ou legalidade. Sem perceber riscos reais, pois nos filmes tudo sempre dá certo. A televisão favorece o comércio de produtos e serviços globalizados, mesmo que fantasiosos e ilegais.


Apesar de estar se tornando famoso, o serviço privado de monitoramento de alarmes com Pronta Resposta Armada é ilegal no Brasil. Nossa legislação proíbe o porte de armas de fogo para vigilantes, proibidos de portar armas nas ruas, fora dos estabelecimentos privados autorizados. Visitar o local alarmado desarmado e sem a presença da polícia é um risco, pois existe a possibilidade de confronto com bandidos armados. Porém, vigilantes armados nas ruas públicas, mesmo sendo policiais fazendo "bico" (também ilegal) nas empresas privadas, entram em conflito de competência com a polícia do Estado.


A despeito disso, muitas empresas de vigilância eletrônica se aproveitam desse modelo cinematográfico para vender pacotes de monitoramento. Monitorar com Pronta Resposta, o que supostamente dispensaria a presença "oficial" da polícia militar, atraindo a presença clandestina de policiais fazendo "bico" nas horas de folga. Desse modo, estaria revogada a atribuição legal da principal instituição do Estado, que tem como dever a segurança pública...


Diante de crimes em andamento, a Pronta Resposta Armada é atribuição exclusiva da polícia do Estado, isto é, o atendimento aos alarmes e pedidos de socorro dos cidadãos deve ser feito pela polícia. Portanto, técnicos das empresas privadas, contratadas para prestar vigilância eletrônica (serviço suplementar à segurança devida pelo Estado) devem manter a qualidade dos sistemas de vigilância. Contudo, algumas empresas violam a lei ao manter "viaturas" com homens armados. Vigilantes clandestinos, supostamente dispostos e equipados para o confronto armado.


Enquanto tramita o projeto-de-lei federal que vai regular o serviço de vigilância eletrônica e pronta resposta, a legislação atual só dá permissão ao trânsito armado de vigilantes para empresas privadas no serviço de guarda-costas, escolta e transporte de valores. Os vigilantes de estabelecimentos privados só podem portar armas no interior da propriedade privada a ser protegida, nunca nas vias públicas. A polícia federal tem sido implacável na fiscalização e no combate a esse tipo de crime, pouco divulgado pela imprensa.


Muitos policiais não gostam de fazer esse tipo de atendimento "de graça", servindo ao Estado. Preferem montar equipes para trabalhar clandestinamente nas empresas privadas que oferecem essa PRONTA RESPOSTA ilegal. Denegrir a polícia, terceirizar a segurança e Monitorar está na mídia e na moda.


Assim, o serviço de Monitoramento com Pronta Resposta vem sendo apresentado como uma “vantagem absoluta”, que dispensaria até a polícia oficial. Tudo isso induz as pessoas leigas a esquecerem a segurança pública (que vai de mal a pior) para se deixarem monitorar por milícias na forma de empresas privadas e, claro, ainda pagar por isso.


Sem raciocinarem, as pessoas adotam os comportamentos padronizados da moda, ditados pela mídia. Entregam-se aos encantos dos "Orkuts", expondo suas vidas privadas com riqueza de detalhes. Do mesmo modo, pessoas são atraídas a comprar pacotes de monitoramento das empresas de vigilância eletrônica. Tudo pela segurança, tão escassa hoje em dia.

Onde há prevaricação policial pessoas são compelidas a contratar vigilância, ignorando se a atividade é legal ou clandestina; sem saber quem são todos os envolvidos nesse trabalho, se teriam vínculo empregatício com a empresa, relações com milícias ou outras atividades criminosas... Simplesmente contratam, utilizando critérios neoliberais de “qualidade e vantagem”.

Mas o que seria obter “vantagem” e “qualidade” ao contratar serviços de vigilância? Seria obter uma segurança supostamente exclusiva e privilegiada, com aquela aparência modernosa, cheia de armas e tecnologia, como nos seriados de TV? Seria obter um serviço duvidoso cheio de atividades criminosas (porte ilegal de armas de fogo, prevaricação de agente público, corrupção, extorsão...) ou uma atividade legal e estratégica, que pudesse ser controlada pelo Estado e pela sociedade?

O Monitoramento deveria ser uma espécie de auditoria técnica externa. Esse serviço só deveria ser feito por empresas especializadas nesse serviço, não pelas próprias empresas instaladoras dos sistemas de alarme a serem monitorados. Essa auditoria (monitoramento) feita pela própria empresa instaladora não deve ter muita (ou nenhuma) credibilidade. As empresas exclusivas de monitoramento também deveriam ser controladas e monitoradas pelo Estado, e obrigadas a seguirem um protocolo. Mas não há qualquer controle ou monitoramento de quem monitora.

Assim, ao contratar "monitoramento", as pessoas acabam elas próprias sendo de fato monitoradas. Cedendo à pressão da mídia e da moda, sem raciocinarem e sem perceberem, acabam tendo todo o seu cotidiano devassado por funcionários ocultos e desconhecidos, trabalhando em empresas que não podem garantir esse vínculo empregatício, nem o sigilo dessas informações. Em questões que envolvem segurança, a TV e a mídia neoliberal não trazem vantagens, mas ilegalidades e riscos. 


É inegável a influência da cultura norte-americana no nosso país. Contudo, são inúmeras as diferenças históricas, culturais e legais entre brasileiros e norte-americanos. Nos EUA qualquer um pode andar armado. Repito: no Brasil isso é crime! O serviço privado que requer deslocamento de homens armados para atender alarmes é criminoso. Em nosso país isso (ainda) é atribuição exclusiva da polícia do Estado*. Muito deficiente em alguns Estados, é verdade.

Mas a privatização da segurança pública é algo inaceitável. Imagine o governo fazendo licitação para contratar empresas estrangeiras para fazer nosso policiamento ostensivo; cobrando taxas, muito mais caras do que as de incêndio ou iluminação pública...

No Brasil, nem o sistema de TV digital seguiu o padrão norteamericano. O serviço privado de segurança eletrônica também não deve ser padronizado por estrangeiros. Muitos brasileiros que terceirizam a segurança contratam empresas que adotam esse modelo norte-americano. Na verdade estão estimulando a prevaricação, a privatização dos serviços públicos de segurança. Estão terceirizando crimes, mesmo sem ter plena consciência disso.

Essa prática ilegal cria conflitos de competência: desestimula a polícia do Estado e estimula as milícias, complicando a segurança de todos. Isso não melhora a segurança pública ou privada. Não melhora a remuneração ou as condições de trabalho do agente público. Aliás, piora: o governo fecha os olhos para os crimes de prevaricação e esquece de fiscalizar e de remunerar bem os seus agentes de segurança.

Além de a segurança pública ficar ainda mais prejudicada, essa segurança privada expõe os cidadãos a riscos ocultos: os próprios clientes (contratantes) podem ter que assumir uma responsabilidade solidária. Seja por ação, omissão ou negligência na escolha do serviço, os contratantes podem ter que assumir responsabilidades civis e até mesmo criminais.

Mesmo sem conhecerem a legislação pertinente, mesmo sem saberem quem são e como trabalham seus prepostos, esses contratantes podem ser vistos pelos promotores de justiça do Ministério Público até como os “mandantes” dos homicídios; praticados pelos contratados daqueles que desejam defender seu patrimônio, a todo custo e risco...

Diz a Constituição da República Federativa do Brasil no seu art. 144: “Segurança é dever do Estado, direito e responsabilidade de todos”. Fazer apologia ao crime também é crime! Os clientes também são responsáveis ao contratar e incentivar grupos de extermínio; ao fragilizar a segurança pública, estimular a corrupção e a prevaricação dos agentes públicos; ao criar constrangimento e risco aos vizinhos, obrigados a conviver com homens estranhos ilegalmente armados...

30 de dez. de 2009

FELIZ ANO NOVO !

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“Devemos nos tornar a mudança que queremos para o mundo”. Ghandi.


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Que 2010 seja um ano de muita prosperidade; com maior responsabilidade social, educação, saúde e segurança.


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10 de dez. de 2009

CONTRA O CRIME ORGANIZADO CHAME A SOCIEDADE CIVIL ORGANIZADA

Por André Pereira da Silva.


A sociedade não pode continuar na inércia, esperando por um milagre que solucione os seus problemas”.

Cidadãos, perplexos, perguntam se haverá saída viável para a situação de insegurança que assola um número crescente de bairros. Em maior ou menor grau, todos colocam em xeque a eficiência do aparelho do Estado no combate aos criminosos. Às vezes, parece que chegamos a uma espécie de ponto que não tem volta: ou sucumbimos passivamente ao avanço do crime ou reagimos de maneira consistente à situação de intranquilidade que vivemos. As comunidades estão sob ultimato. Podem reagir ou desistir. Tudo dependerá da capacidade de mobilização e articulação local.

Os cidadãos precisam saber que as cidades podem vencer a violência e a insegurança se tiverem um comportamento inteligente, movimentos organizados de prevenção e combate consequente da violência. Existem muitos casos bem-sucedidos no nosso país e no Exterior.

Cada país, Estado, município e bairro têm sua peculiaridade, características diferentes, mas que podem, através de uma atitude participativa (e interativa) da comunidade com a polícia, diminuir o índice de violência.
Acredite, a saída para enfrentar a violência urbana e a criminalidade é conhecida há anos. Ela tem duas pernas. Uma é a capacidade de mobilização da sociedade. A outra é o aumento da eficiência do uso dos recursos públicos. Essas são soluções de curto e médio prazo com participação e fiscalização da sociedade. A solução mais profunda e abrangente (de longo prazo) inclui a educação.

Falemos das nossas responsabilidades, daquilo que cabe a nós como cidadãos e que está ao nosso alcance imediato, se tivermos uma atitude pró-ativa diante do que tem ocorrido. Ouvimos sempre falar sobre o crime organizado. Quando ouviremos falar na sociedade civil organizada?
Se não promovermos a integração de esforços da polícia e da comunidade no desenvolvimento de programas de prevenção do crime e gestão local da segurança, estaremos sim passivos a situações de violência. Se continuarmos nos omitindo, sem vencer o medo e a acomodação, não teremos razão alguma para cobrar de quem quer que seja...

O que você faz para contribuir com a sua segurança? Temos o péssimo hábito de esperar que as ‘autoridades’ resolvam todos os problemas da sociedade. Lamento dizer: isso não existe! Sem a sua participação, passaremos a vida inteira cometidos pela sensação de insegurança quando não vitimados a ela.

Quer saber como começar? Articule com seus vizinhos, promova e participe de encontros que debatam esse tema. Crie ou se integre a um movimento que se envolva com os problemas de segurança do seu bairro, da sua rua, do seu condomínio. Desenvolva um comportamento preventivo e responsável. Incentive as pessoas próximas a seguirem seu exemplo. Se perceber algum movimento suspeito, ligue para a polícia, não espere o delito acontecer.

Saiba que a iluminação encoberta pela vegetação tem relação direta com a segurança; e com a prefeitura. A poda realizada pelos órgãos competentes também é atividade preventiva.

Siga as regras básicas de segurança pessoal e multiplique-as. Há boas dicas neste blog. Use os serviços públicos com inteligência, saiba a quem recorrer em cada caso.

Faça a sua parte e colabore com a segurança local, aprimore a iluminação em frente a sua residência. Implante Sistemas de Alarme, Sensores de movimento, opções práticas e econômicas, quando bem planejadas e geridas. Instale câmeras voltadas para a rua, observando e gravando a circulação de pessoas nas entradas e saídas da sua casa ou condomínio.

Embora elas não tenham poder de polícia, as empresas de vigilância eletrônica e segurança privada também são excelentes opções, quando bem contratadas. Estude a empresa antes da contratação e veja se ela cumpre as leis. Nunca esqueça de buscar o histórico, referências e registros da marca através do site http://www.inpi.gov.br/menu-esquerdo/marca do INPI. No Instituto Nacional da Propriedade Industrial você pode fazer uma BUSCA para consultar o registro da MARCA da empresa.

Comunique-se, interaja com vizinhos, comerciantes e condomínios locais e busque formar uma rede de prevenção. Para vencer o crime organizado, sociedade civil organizada.

22 de nov. de 2009

O TRABALHO DOS GUARDA-COSTAS

ENTENDA A SITUAÇÃO E SAIA DA LINHA DE FOGO

Por André Pereira da Silva.

Os riscos de uma celebridade e o serviço dos guarda-costas podem trazer alguns problemas para os que estão próximos. A situação pode ficar parecida com a de pessoas próximas de um carro forte, no momento em que se transporta malotes de dinheiro.

Reconheça a celebridade e procure seus guarda-costas em meio à multidão. Eles estarão lá. Com base no que você vai ler a seguir será mais fácil reconhecê-los e entender como tudo funciona.

Embora os guarda-costas sejam discretos, seus clientes normalmente não o são. Posicione-se bem na situação e tenha uma conduta natural, até para não ser confundido com um possível agressor. Evite correr os mesmos riscos de uma celebridade por estar perto dela, sem ao menos ter um guarda-costas para te proteger. Afinal, eles farão tudo para proteger o cliente, e você só estará seguro se estiver fora do caminho, dos guarda-costas e de possíveis agressores.

Escolha uma posição segura e aja com naturalidade. Não fique estudando demais o esquema de segurança, pois isto também poderá ser visto como uma possível ameaça.

A orientação básica para quem faz uma escolta pessoal é ser discreto e agir preventivamente. O profissional vai, antes de tudo, evitar o combate, em nome da vida do cliente e da própria.

A vigilância, em permanente estado de alerta, exige a capacidade de reconhecer perigos potenciais, antes que eles aconteçam. Os guarda-costas estudam o perfil psicológico e o comportamento de possíveis agressores, para não serem surpreendidos por eles. Uma técnica fundamental é a chamada leitura corporal: saber identificar posturas e gestos suspeitos.

Apesar de o segurança andar armado, quando o confronto é inevitável vale mais seu bom preparo físico e o treinamento em artes marciais, como o aikidô – de golpes curtos e eficientes; para colocar o oponente fora de combate sem dar na vista.

Nem sempre, porém, os seguranças devem permanecer invisíveis. Em alguns eventos públicos, pode ser importante que eles se mostrem como uma presença intimidatória.

O exato oposto dessa tática ocorre na escolta de celebridades, que requer sensibilidade para perceber o limite entre o toque de um admirador e uma agressão. Os guarda-costas precisam agir de uma forma mais simpática, sem ofender os fãs nem chamar a atenção da imprensa. Antes mesmo de o cliente perceber que está sendo alvo de um ataque, o segurança já sacou sua arma. O guarda-costas precisa de boa coordenação motora e reflexos ágeis para, simultaneamente, jogar o outro braço para trás, para manter o cliente atrás de si.

O terno escuro é para situações formais. Se o cliente estiver de roupa esporte, o segurança pode estar usando o mesmo tipo de roupa.

A lanterna costuma ser usada para checar se há algo suspeito debaixo do carro do cliente ou para iluminar fugas. A pistola calibre PT380 é um dos raros modelos permitidos para a segurança pessoal. Outra opção é o calibre 38. O canivete suíço é velho conhecido por suas diversas utilidades, como cortar cordas e reparos de emergência. Os óculos escuros reforçam a discrição do agente de segurança: não dá para ver para onde ele está olhando. O colete à prova de balas agüenta até tiros à queima-roupa, dependendo do tipo de armamento. O rádio preso à cintura, mais o fone de ouvido, garantem a comunicação com os colegas. Uma carga de munição reserva também não pode faltar. Fixada ao cinto, ela é facilmente acessada.

Conheça algumas táticas dos guarda-costas

1 - O trio de guarda-costas forma um V, cada um com visão de 180o à frente e nas laterais do cliente. Eles mantêm o paletó aberto caso necessitem sacar rapidamente suas armas.
2 - Surpreendidos por um agressor, eles correm para frente do cliente, formando uma barreira para protegê-lo. O segurança que fica atrás, chamado de "mosca", é o único que pode tocar o protegido. Ele usa uma técnica inspirada no aikidô para abaixar o cliente, reduzindo sua exposição ao perigo.
3 - Antes que o atacante consiga atirar, ele já está dominado e recebe a ordem de se entregar. Protegido pela parede humana, o cliente é levado pelo "mosca" para longe da linha de fogo.
4 - Chamado de "satélite", um quarto segurança se mantém afastado do grupo e da atenção do agressor. Ele pode substituir um de seus colegas e também age como reforço externo.

Sempre há um carro de apoio para dar cobertura ao automóvel que transporta o cliente. O chefe da equipe vai no banco do passageiro, com visão e campo de tiro de 180o. Os retrovisores dão ao motorista uma visão de 360o, mas ele não pode atirar. Já os colegas do banco de trás sentam-se de costas um para o outro, com visão de 90º.

No trânsito conheça o movimento dos veículos


1 - Os dois carros devem ser blindados e idênticos, para confundir os agressores. O veículo de apoio anda sempre em segunda ou terceira marcha, para facilitar as freadas ou arrancadas bruscas.
2 - O carro de apoio vê um veículo estranho se aproximando e começa a fazer uma curva aberta, deixando o carro do cliente passar por dentro.
3 - Esse mesmo veículo fecha a passagem do possível seqüestrador, impedindo que ele aborde o carro protegido. As janelas de trás devem estar sempre abertas, caso seja necessário atirar.
4 - Enquanto o carro de apoio enfrenta o inimigo, o outro ganha tempo para fugir em disparada por uma rota alternativa, despistando os bandidos.

Talvez você agora possa se livrar de um confronto eminente. Ao menos já tem uma boa idéia de como se comportar e, como se posicionar diante do trabalho de guarda-costas.



12 de nov. de 2009

QUE OLHOS ESTÃO POR TRÁS DO ORKUT?

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Por André Pereira da Silva.

Recebi uma mensagem eletrônica do Professor Marco André Vizzortti. Era uma campanha de esclarecimento. A mais pura e espontânea "cultura da segurança", falando sobre os riscos que as pessoas criam para si quando se expõem no ORKUT. O que chama a atenção é a forma como os hábitos de risco se propagam pela internet.

Dizem que o ORKUT é uma ferramenta de espionagem da CIA, a agência de inteligência americana. Isso é perfeitamente possível, mas o que é fato é que o ORKUT está totalmente proibido em alguns países. Justamente nos países em que os EUA chamam de “totalitários”, onde dizem que não há liberdade...

Deixando de lado questões estratégicas e de segurança nacional, é incrível o comportamento de risco que adotamos distraidamente no ORKUT e na internet de modo geral.

Agora vejam o que o Professor de Informática da USP Marco André Vizzortti fala sobre o ORKUT:


ATENÇÃO ESTA CAMPANHA É MUITO IMPORTANTE PARA SUA SEGURANÇA E DE SEUS FAMLIARES.

O ORKUT apareceu como uma forma de contatar amigos, saber notícias de quem está distante e mandar recados. Hoje está sendo utilizado com o propósito de, creio, ser o seu maior trunfo: obter informações sobre uma classe privilegiada da população brasileira.

Por que será que só no Brasil teve a repercussão que teve? Outras culturas hesitam em participar sua vida e dados de intimidade, de forma tão irresponsável e leviana. Por acaso você já recebeu um telefonema que informava que seus filhos estavam sendo seqüestrados? Sua mãe idosa já foi seguida por uma quadrilha de malandros? Já te abordaram num barzinho, dizendo que “te conhecia” faz tempo? Já foi a festas armadas para reencontrar os amigos de 30 anos atrás e não viu ninguém?

Pois é.. Ta tudo lá. No ORKUT.

Com cinco minutos de navegação eu sei: quantos filhos você tem, ou se não tem,
se tem namorado/a, sei que estuda no colégio tal, ou que trabalha em tal lugar,
sei que freqüenta tais cinemas, tais bares, tais festas... Sei nome de familiares, sei nome de amigos; sei sei sei...! E o melhor de tudo, com uma foto na mão!

Identifico seu rosto em meio a multidões, na porta do seu trabalho, no meio da rua.
Afinal, já sei onde você está. É só ler os seus recadinhos.

Faço um pedido: Quem quiser se expor assim, faça-o de forma consciente e depois não lamente, nem se desespere, caso seja vítima de uma armação.
Mas poupe seus filhos, poupe sua vida íntima.

O bandido te ligou pra te extorquir dinheiro também porque você deixou. A foto dos meninos estava lá. Teu local de trabalho tava lá. A foto do hotel 5 estrelas na praia tava lá. A foto da moto que está na garagem estava lá.

Realmente somos um povo muito inocente e deslumbrado...

Por enquanto, temos ouvido falar de ameaças a crianças e idosos. Até que um dia a ameaça será fato real. Tarde demais...

Se você me entendeu, ótimo!

Reveja sua participação no ORKUT, ou ao menos suprima as fotos e imagens de seus filhos menores e parentes, que não merecem passar por situações de risco que você os coloca.

Oriente seus filhos a esse respeito, pois colocam dados deles e da família sem pensar em consequências.

As pessoas fazem isso pelo desejo de participar, mas não sabem ou não pensam no perigo de se dar dados pessoais e da família para que qualquer pessoa veja.

Se acha que não tenho razão, deve se achar invulnerável.

Informo que pessoas muito próximas a mim e queridas já passaram por dramas gratuitos, sem perceber que tinham sido vítimas da própria imprudência.

A falta de malícia para a vida nos induz a correr riscos desnecessários. Não só de ORKUT vive a maioria dos internautas. Temos uma infinidade de portas abertas e que por um descuido colocamos uma informação que pode nos prejudicar. Disponibilizar informações a nosso respeito pode se tornar perigoso ou desagradável.

Portanto, cuidado ao colocar certas informações na Internet. Não conhecemos a pessoa ou as pessoas que estão do outro lado da rede. O papo pode ser muito bom, legal, mas o risco é igual no ORKUT, 1Grau, Gazzag, NetQI, Blogs, Flogs, etc...

Um abraço,
Marco André Vizzortti
Professor de Informática da USP
(Universidade de São Paulo)


Reenvie, divulgue, para que todos tenham consciência sobre o assunto e possam colaborar com a diminuição da espionagem e do crime.

PESQUISAS DE CONFIANÇA NA SEGURANÇA PÚBLICA E PRIVADA.

Vote e veja o resultado atual dessa interessante pesquisa marcada pela Digital verde, na faixa vertical ao lado >>>
 
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