11 de mai. de 2010

SEGURANÇA É SUSTENTABILIDADE

Por André Pereira da Silva.


Uma empresa que se insere numa comunidade sempre afeta seu modo de vida, em maior ou menor escala; dependendo da atividade econômica, do tamanho da empresa e da comunidade. As empresas privadas devem ser administradas de modo sustentável, equilibrando-se no tripé econômico, ambiental e social.

Contudo, fazer uma empresa atingir o equilíbrio econômico no Brasil já é uma proeza. Todo empreendedor sabe que o risco é alto, os ganhos incertos e as perdas certas. Isso já seria um bom motivo para se investir no controle de riscos, desde o início das atividades... Porém, a administração empresarial tem sido muito focada no lucro, deixando para o Estado resolver as questões sociais, de Segurança e meio ambiente.

Seja por motivos econômicos ou culturais, nos comportamos sempre como competidores. Não olhamos para o lado ou para trás, só para frente... Essa conduta empresarial deixa um rastro de lixo, poluição, degradação ambiental, desemprego, exclusão social, concentração de renda... A economia das empresas aumentam riscos sociais e ambientais; problemas que o Estado não consegue resolver sozinho. Quando há insegurança, como lixo acumulado, ela acaba revertendo em prejuízos para empresas, comunidades, sociedade: para todos!

Enquanto o problema não desce morro abaixo, as empresas não investem em Segurança. Até que riscos se tornem fatos, as pessoas não participam dessa questão. A ordem é trabalhar e lucrar enquanto for possível, e deixar os problemas sociais, ambientais e de Segurança para o Estado. Isso não é Ordem política, econômica ou social: é um salve-se quem puder...


O Estado faz tudo para manter a "ordem" e a "sensação" de segurança; até para justificar a sua existência. No entanto, até mesmo manter essa ilusão está se tornando inviável, pois a realidade chega implacável: o "lixo" desmorona, o morro desce e a violência explode. Neste momento fica  claro que os governos não conseguem resolver nada sozinhos, nem mesmo com o dinheiro arrecadado em impostos.


Incomodados (e acomodados) diante do problema, alguns querem a volta da ditadura militar e do Estado de Sítio. Outros disparam o discurso do Estado mínimo: o que abre a brecha para as privatizações, os pedágios e as terceirizações antipatrióticas e neoliberais. Propostas dos que não querem entender, participar ou colaborar com a Segurança, mesmo sendo esta uma condição necessária às suas atividades econômicas. Também não haverá lucro se tivermos que sustentar vagabundos, parasitas e criminosos...

Seja através do Estado ou diretamente pelas empresas, as atividades econômicas devem preservar o meio ambiente e promover o bem estar social, e evitar a marginalização dos membros das comunidades afetadas por elas. As empresas também devem assumir suas responsabilidades diretas com a Segurança, e fazer investimentos no mínimo proporcionais aos riscos gerados em suas atividades econômicas.

O pragmatismo e o imediatismo deixou pessoas e empresas viciadas; acostumadas a transferirem toda a responsabilidade da Segurança para o Estado, ou para terceiros. Esse vício gerou o comportamento descrito na matéria A RESPONSABILIZAÇÃO DOS SERVIÇOS LIGADOS À SEGURANÇA

Embora a sociedade clame por segurança e o Estado garanta o monopólio de suas atribuições nesse setor, este se mostra incapaz de trazer soluções para o setor sozinho. A segurança tende a ficar monopolizada e obsoleta diante da omissão cidadã; da não participação social. A prevaricação e a corrupção dos agentes públicos faz do Estado parte do problema.


Estado se tornou incapaz no momento que se incumbiu da Segurança e incapacitou o cidadão de participar efetivamente. Desarticulou a sociedade, desarmou o cidadão e não conseguiu desarmar os criminosos... As políticas públicas de Segurança tornaram o cidadão um "marginal", posto à margem dessa questão. Por isso, é o cidadão que está ficando atrás das grades, acuado entre polícia e bandido.


Falta vontade política para mudar esse quadro. Aliás, há até um certo incentivo à não participação da sociedade civil nas questões da Segurança. Vejamos: quem são os secretários da segurança dos municípios? Quem são os conselheiros e experts da segurança? Ora, a grande maioria são militares e agentes do próprio Estado; raramente um gestor de segurança civil. A situação mostra que o monopólio do Estado é incompetente para resolver todas as questões da Segurança sozinho.


Outra prova da falta de competência absoluta do Estado é o artigo 144 da Constituição da República Federativa do Brasil: “Segurança é dever do Estado, direito e responsabilidade de todos”. O artigo constitucional deixa claro que o Estado assume seu dever com a Segurança, mas divide a responsabilidade conosco... Ou seja, a atribuição é dele (do Estado), mas a responsabilidade é nossa (dos cidadãos). Sem a nossa participação o Estado não tem competência alguma, restando-lhe apenas um vago dever para com a Segurança...


Resumo: sem o interesse e a colaboração dos cidadãos-responsáveis, o Estado não tem competência para resolver as questões da Segurança. Sem a participação efetiva das comunidades o Estado pouco pode fazer pela Segurança Pública. Sem investimentos privados em Segurança, feitos por empresas e cidadãos produtivos, todos continuarão sob os riscos gerados nas atividades econômicas. Sem as tecnologias e o know how das empresas de vigilância eletrônica, não há soluções de curto prazo viáveis e eficazes para a Segurança. Sem a iniciativa privada o Estado pouco pode fazer pela Segurança, a não ser obstruí-laemperrá-la.

PESQUISAS DE CONFIANÇA NA SEGURANÇA PÚBLICA E PRIVADA.

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